VISÃO
Imagem: CRUZ, Daniel. O Corpo Humano. São Paulo, Ed. Ática, 2000. |
Os globos oculares estão alojados dentro de cavidades ósseas denominadas órbitas, compostas de partes dos ossos frontal, maxilar, zigomático, esfenóide, etmóide, lacrimal e palatino. Ao globo ocular encontram-se associadas estruturas acessórias: pálpebras, supercílios (sobrancelhas), conjuntiva, músculos e aparelho lacrimal.
Cada globo ocular compõe-se de três túnicas e de quatro meios transparentes:
Túnicas:
1- túnica fibrosa externa: esclerótica (branco do olho). Túnica resistente de tecido fibroso e elástico que envolve externamente o olho (globo ocular) A maior parte da esclerótica é opaca e chama-se esclera, onde estão inseridos os músculos extra-oculares que movem os globos oculares, dirigindo-os a seu objetivo visual. A parte anterior da esclerótica chama-se córnea. É transparente e atua como uma lente convergente.
Cilitar o ato de piscar e nutrir o olho.
- Córnea: porção transparente da túnica externa (esclerótica);localizada na frente da íris, é circular no seu contorno e de espessura uniforme. Sua superfície é lubrificada pela lágrima, secretada pelas glândulas lacrimais e drenada para a cavidade nasal através de um orifício existente no canto interno do olho. Tem como funções permitir a entrada da luz no olho e a formação de uma imagem nítida na retina.
2- túnica intermédia vascular pigmentada: úvea. Compreende a coróide, o corpo ciliar e a íris. A coróide está situada abaixo da esclerótica e é intensamente pigmentada. Esses pigmentos absorvem a luz que chega à retina, evitando sua reflexão. Acha-se intensamente vascularizada e tem a função de nutrir a retina.
Possui uma estrutura muscular de cor variável – a íris, esta é a parte colorida do olho que conseguimos enxergar. A função da Íris é controlar o tamanho da pupila, por meio da contratação e da expansão de seus músculos.
Na penumbra (acima) a pupila se dilata; na claridade (abaixo), ela se contrai. |
Em ambientes mal iluminados, por ação do sistema nervoso simpático, o diâmetro da pupila aumenta e permite a entrada de maior quantidade de luz. Em locais muito claros, a ação do sistema nervoso parassimpático acarreta diminuição do diâmetro da pupila e da entrada de luz. Esse mecanismo evita o ofuscamento e impede que a luz em excesso lese as delicadas células fotossensíveis da retina.
- PUPILA
A pupila também é chamada popularmente de "menina do olho" , é a parte do olho, como um orifício de diâmetro regulável, que está situada entre a córnea e o cristalino, e no centro da íris, responsável pela passagem da luz do meio exterior até os órgãos sensoriais da retina. Localiza-se na parte média do olho, ou úvea e tem por função regular a quantidade de luz que passa para a retina.
Por ser um orifício, não tem cor, mas sua aparência é preta, pois não há iluminação na parte interna do olho.
Por ser um orifício, não tem cor, mas sua aparência é preta, pois não há iluminação na parte interna do olho.
- CRISTALINO
Cristalino: Corpo aproximadamente biconvexo, em forma de lente, transparente, com um poder dióptrico de perto de +14,00 diop, localizado logo atrás da íris, entre a câmara anterior e a câmara posterior do olho. A função principal do cristalino é permitir a visão nítida em todas as distâncias. Quando se olha para perto, o cristalino torna-se convergente, aumentando o seu poder de refração e quando se olha para longe, torna-se menos convergente, diminuindo seu poder dióptrico. Isso faz com que a visão seja nítida em todas as distâncias. O cristalino é uma lente que, através da sua variação dióptrica, conhecida como acomodação, torna possível visão nítida, para perto, para longe e para todas as distâncias. Esta acomodação diminui, à medida que os anos passam, até que surge a presbiopia (A presbiopia é também conhecida como visão cansada, havendo a necessidade de óculos para perto).
- Coróide
.Se abríssemos uma pequena janela na Esclerótica, teríamos acesso a uma camada que vem logo abaixo, chamada CORÓIDE. Você pode notar, no esquema abaixo, que ela é intensamente vascularizada, formando uma exuberante rede de vasos arteriais e venosos. A coróide une-se na parte anterior do olho ao corpo ciliar, estrutura formada por musculatura lisa e que envolve o cristalino, modificando sua forma.
Numa visão lateral, a Coróide continua para frente, com o Corpo Ciliar e a Íris. Como você pode ver no esquema abaixo, esta camada está logo abaixo da Esclerótica, e antes da Retina. E por isso mesmo, é a camada ou túnica intermediária do olho.
A Coróide é também conhecida como Camada Vascular pela sua rica vascularização. Alguns a chamam de túnica pigmentada, pela presença de células pigmentadas. Estas células são assim chamadas por conter grânulos de Melanina, dando a Coróide, uma cor escura. Esta rica vascularização é muito importante para a nutrição da Retina. Lesões vasculares desta camada podem levar às alterações retinianas.
Esta é a parte colorida do olho que conseguimos enxergar. A função da Íris é controlar o tamanho da pupila, por meio da contratação e da expansão de seus músculos.
3- túnica interna nervosa: retina. É a membrana mais interna e está debaixo da coróide. É composta por várias camadas celulares, designadas de acordo com sua relação ao centro do globo ocular.
- Retina
A retina é uma fina camada que fica dentro do olho. Ela recebe os raios luminosos do meio externo e os transforma em sinal elétrico que serão transmitidos pelo nervo óptico para o cérebro aonde será formada a imagem que vemos.
A camada mais interna, denominada camada de células ganglionares, contém os corpos celulares das células ganglionares, única fonte de sinais de saída da retina, que projeta axônios através do nervo óptico. Na retina encontram-se dois tipos de células fotossensíveis: os cones e os bastonetes (que são sensíveis à luz). Quando excitados pela energia luminosa, estimulam as células nervosas adjacentes, gerando um impulso nervoso que se propaga pelo nervo óptico. Essas células transformam a energia luminosa das imagens em sinais nervosos que são transmitidos ao cérebro pelo nervo ótico. Normalmente, as imagens dos objetos que olhamos diretamente formam-se na região da retina bem na linha que passa pela pupila e pelo centro do cristalino, isto é, pelo eixo do globo ocular. Essa região, chamada de fóvea, é rica de cones, que são as células mais sensíveis à visão das cores. No resto da retina praticamente só tem bastonetes que são menos sensíveis às cores mas são mais sensíveis à baixa intensidade de luz. Na semi-obscuridade são os bastonetes que se encarregam de nossa visão.
A imagem fornecida pelos cones é mais nítida e mais rica em detalhes. Há três tipos de cones: um que se excita com luz vermelha, outro com luz verde e o terceiro, com luz azul. São os cones as células capazes de distinguir cores. Os cones são encontrados principalmente na retina central, em um raio de 10 graus a partir da fóvea. Os bastonetes, ausentes na fóvea, são encontrados principalmente na retina periférica, porém transmitem informação diretamente para as células ganglionares.
Os bastonetes não têm poder de resolução visual tão bom, mas são mais sensíveis à luz que os cones. Em situações de pouca luminosidade, a visão passa a depender exclusivamente dos bastonetes. É a chamada visão noturna ou visão de penumbra.
Nos bastonetes existe uma substância sensível à luz – a rodopsina – produzida a partir da vitamina A. A deficiência alimentar dessa vitamina leva à cegueira noturna e à xeroftalmia (provoca ressecamento da córnea, que fica opaca e espessa, podendo levar à cegueira irreversível).
Xeroftalmia ou olho seco é uma doença caracterizada pela não-produção de lágrimas e por dificuldades de visão, principalmente durante a noite. É uma avitaminose causada pela falta da vitamina A, que é uma vitamina lipossolúvel, ou seja, se dissolve na presença de gordura. Caracteriza-se pela degeneração da conjuntiva e da córnea, que se apresentam secas, enrugadas e atrofiadas. As glândulas ópticas, obstruídas, deixam de produzir a secreção lacrimal responsável pela lubrificação do globo ocular. Para tratar a xeroftalmia deve ingerir alimentos ricos em vitamina A. Esta vitamina está presente em vegetais de cor amarela e verde intenso, nas frutas como a tangerina e o pêssego, nos lacticínios e na gema de ovo…
Há duas regiões especiais na retina: a fovea centralis (ou fóvea ou mancha amarela) e o ponto cego. A fóvea está no eixo óptico do olho, em que se projeta a imagem do objeto focalizado, e a imagem que nela se forma tem grande nitidez. É a região da retina mais altamente especializada para a visão de alta resolução. A fóvea contém apenas cones e permite que a luz atinja os fotorreceptores sem passar pelas demais camadas da retina, maximizando a acuidade visual.
- Acuidade visual
A capacidade do olho de distinguir entre dois pontos próximos é chamada acuidade visual, a qual depende de diversos fatores, em especial do espaçamento dos fotorreceptores na retina e da precisão da refração do olho.
No fundo do olho está o ponto cego, insensível a luz. No ponto cego não há cones nem bastonetes. Do ponto cego, emergem o nervo óptico e os vasos sangüíneos da retina.
Angüíneos da retina.
- Meios transparentes:
- - Córnea (já visto acima)
2. - Humor aquoso: É um líquido incolor, constituído por 98% de água e 2% de sais dissolvidos, que preenche as câmaras oculares (cavidade do olho, entre a córnea e o cristalino). Sua principal função é a nutrição da córnea e do cristalino, além de regular a pressão interna do olho.
3. - humor vítreo: fluido mais viscoso e gelatinoso que se situa entre o cristalino e a retina, preenchendo a câmara posterior do olho. Sua pressão mantém o globo ocular esférico.
Como já mencionado anteriormente, o globo ocular apresenta, ainda, anexos: as pálpebras, os cílios, as sobrancelhas ou supercílios, as glândulas lacrimais e os músculos oculares.
As pálpebras são duas dobras de pele revestidas internamente por uma membrana chamada conjuntiva. Servem para proteger os olhos e espalhar sobre eles o líquido que conhecemos como lágrima. Os cílios ou pestanas impedem a entrada de poeira e de excesso de luz nos olhos, e as sobrancelhas impedem que o suor da testa entre neles. As glândulas lacrimais produzem lágrimas continuamente. Esse líquido, espalhado pelos movimentos das pálpebras, lava e lubrifica o olho. Quando choramos, o excesso de líquido desce pelo canal lacrimal e é despejado nas fossas nasais, em direção ao exterior do nariz.
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